Angústia

A foto de um pôr do sol que fiz na parte de trás da Antiga Estação Ferroviária de Goiânia.

Não há nada mais previsível que a inquietude que sinto nas tardes de domingo. Um sentimento horroroso que me acomete quando estou só. Um tormento. São horas concordando com o quão fracassado sou. É sofrer adiantado por projeções de curto e longo prazo.

Mesmo vivendo uma semana plena de ocupações e obrigações, nas tardes de domingo, caso me perceba só, sento no sofá e apoio minhas mãos no mesmo – ao lado de minhas pernas, e me inclino levemente pra frente sentindo o peito apertar.

Dói.

Não sou do tipo que contempla a dor. Aos primeiros sinais eu tento me distrair com algo. Normalmente pedalo por ai, tento fotografar. Em algum lugar desse texto porcamente diagramado aparecerá alguma foto de um desses domingos. Mas nos casos em que a angústia, que para mim se tornou o conceito de domingo à tarde, bate pesado, a molho com vodca.

Seria a angústia o preço a se pagar pela liberdade?

Pra não preocupar ninguém troco a palavra angústia por tédio. Posto algo dizendo que estava entediado e que resolvi sair por aí pedalando. Se não pedalei bebi.

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