Strava way of life

Logo StravaAs vésperas de mais um Audax –BRM 200 –  e nada de ânimo pra treinar para o evento. Nadinha mesmo. Ainda mais tendo passado por quatro furos de pneu nas últimas cinco pedaladas para o trabalho. Quatro em cinco! Quando começam as chuvas tudo quanto é objeto metálico-pontiagudo-demoníaco-pequeno vai para os bordos das vias e o número de furos dispara. Só depois de um mês de chuvas mais pesadas é que a situação melhora.

Notificação no celular: “Oh oh! Fulano roubou seu KOM!…”. Frustrante. Fazer o quê? Não tenho pedalado mesmo. Era questão de tempo. Um dia depois outra notificação: “Lá se vai seu título! Beltrano agora é o Local Legend…”. Basta! Tenho que voltar a pedalar!

Parece manipulação, e é, mas também é um baita estímulo para prática de exercícios. Posso dizer que o Strava mudou minha relação com a bicicleta. Arrisco a dizer que o Strava mudou a forma como o mundo se relaciona com o esporte.

Chegando a essa conclusão, me bateu uma baita curiosidade sobre a história do Strava e segue aqui um breve resumo nos parágrafos a baixo.

Mark Gainey e Michael Horvath estavam frustrados por não terem mais seus companheiros de treinos por perto, pois terminaram a faculdade, e decidem bolar algo para resolver tal problema. Isso foi na década de 90. Apesar da internet já estar começando a ganhar corpo naquele hemisfério, não existiam ferramentas e nem eles tinham tempo para desenvolverem tal projeto. Em 2008 voltam a conversar sobre a ideia da rede de apoio a parceiros de esportes, aquela ideia do século passado. O mundo era outro. Já tínhamos diversas redes sociais e as pessoas compartilhavam tudo como se não houvesse amanhã.  Nesse ínterim eles conhecem Davis Kitchel que estava tentando desenvolver, em sua garagem, uma forma de mesclar os dados que ele obtinha de um GPS Garmin e informações que ele coletava durante suas pedaladas. Davis queria comparar o seu desempenho em relação a ele mesmo e a seus colegas e chegou à conclusão que o GPS seria parte importante para acurácia dessas informações.

Guidão da dona Chimbete, minha road bikeO empreendedorismo (não estou acreditando que usei esse termo) de Mark e Michael e a ideia de Davis gerou o predecessor do Strava em 2008, o Green Machine. Tratava-se ainda de uma forma rudimentar de fazer upload de um percurso navegado por um GPS Garmin durante a atividade física e comparar com as atividades que outros fizeram durante o mesmo trajeto. Mesmo com poucos e exclusivos usuários utilizando o Green Machine, eles perceberam que seus amigos ficavam tentados a melhorar seu desempenho em relação aos outros. Todos se esforçavam um pouco mais para fica em primeiro lugar na tabela. Tão Strava, né?

Em janeiro de 2009 o projeto deixa de ser exclusivo de um grupo de amigos para se tornar público com o nome Strava, palavra sueca para Strive em inglês, Esforço em português. Ainda sobre o nome, veja, um grande parceiro de inúmeros pedais, o Chistian, foi quem me falou sobre o Strava. A priori eu meio que resisti a tentar usar o aplicativo, pois o nome não soava bem. Ainda acho que não soa bem. Utilizava o Endomondo a época.

Até o meio do ano de 2013 a plataforma alcançou um milhão de usuários. Atualmente um milhão de novos usuários entram no Strava por mês. Tiveram períodos de dois milhões de novos usuários/mês!

Com um total de 73 milhões de usuários, dados do final de 2020, o Strava é um dos maiores, se não o maior, detentor de dados de transporte movido a energia humana do mundo. O Brasil está atrás apenas do Estados Unidos e do Reino Unido no total de atividades enviadas ao Strava. Toda essa informação, de usuários que sobem a atividade e a marcam como pública – de bicicleta ou a pé – está disponível gratuitamente a todos, em detalhes, no Strava Metro. Uma ferramenta de grande valia para os gestores públicos pensarem a forma de locomoção urbana. Será que nossos gestores estão atentos? Deveriam.

Gráfico do Strava

Enquanto quem deveria aproveitar muito dos dados se omitem, eu fico aqui ansioso para ver meu Year in Sport, uma espécie de Wrapped do Spotify, seu relatório anual de atividades e desempenho. Assim como o do Spotify, o Year in Sport já vem prontinho para “desembalar” pro Instagram Story ou demais redes sociais. Se esse ano eu ao menos alcançar meu objetivo de sete mil quilômetros percorridos será uma vitória. Só pra constar, no momento em que escrevo estou em déficit de 554 km e só tenho até 31 de dezembro pra igualar ou superar isso.

Acho que vou colocar o link pro meu perfil do Strava aqui na lateral do blog também.

Seguem algumas terminologias “stravicas”:
  • KOM – King of the Mountain – Rei da Montanha. Atleta do gênero masculino mais rápido naquele seguimento;
  • QOM – Queen of the Mountain – Rainha da Montanha. Mesma coisa, só que do gênero feminino;
  • Local Legend: Lenda Local. Atleta que mais vezes passou naquele determinado seguimento independente do gênero;
  • Seguimento: Determinado trecho, principalmente subidas, mas não só subidas, de um trajeto delimitado pelos usuários afim de verificar quem é o mais rápido passando por.

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