Creio que em 2014 tentei minerar bitcoins pela primeira vez, porém sem sucesso. Tinha uma placa de vídeo abaixo do medíocre e com isso os lucros demorariam horrores para aparecer. Já em 2021 resolvi novamente me aventurar na mineração e a história foi um pouquinho mais interessante. O motivo para tal foi a compra, no ano anterior – março de 2020, de uma placa de vídeo muito melhor. No caso uma AMD Radeon RX 5700 XT. O propósito da compra foi me manter entretido durante o período em que a empresa nos colocou em home office (pandemia). Joguei bastante com ela, e ainda jogo, porém a tentação para ver os resultados com a mineração de bitcoin foi maior.
Consegui extrair e acumular o mínimo necessário para poder transferir para uma carteira. No meu caso usava o Nicehash e com eles o mínimo para transferência era de BTC 0.0005, o que significava, naquele dia, algo em torno de R$ 160. Está longe de ser um procedimento fácil, mas não é nenhum bicho de sete cabeças.
Consegui levantar essa quantia fazendo compras de moedas com o valor muito abaixo do bitcoin, que estava muito valorizado. Quando o mercado mudava e elas se valorizavam, as convertia em uma moeda que tem o dólar como valor de referência. Como o dólar não flutua insanamente como as cryptos, aguardava o momento de outras variações para adquirir mais moedas. Depois de apanhar bastante para compreender essas coisas, consegui ultrapassar o valor mínimo para transferência. Transferi deixando um pouco para continuar negociando na bolsa de valores das moedas criptografadas.
O absurdo é que para converter isso para dinheiro no bolso é necessário passar por dois atravessadores e cada um deles te arrancam um pouquinho da sua fração de bitcoin chamada satoshi. Em outros países esse procedimento tem menos intermediários. Há como diminuir o numero de atravessadores, porém a gente acaba morrendo em tarifas maiores. É preciso fazer umas continhas para lidar com essas situações.
Quando 1 bictoin valia R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) estava interessantíssimo deixar o computador ligado com a placa de vídeo sugando 180w de eletricidade. No momento em que estou escrevendo o preço do bitcoin está em baixa de R$ 179.600,00 e a Enel anunciou a Bandeira Vermelha Patamar II, o que aumenta absurdamente o custo da eletricidade.
Me aventurei com cryptocurrency num momento oportuno, com valores bem altos. Fiz conversões entre moedas sem noção alguma de como operar uma exchange. Como tudo estava uma loucura, o que perdia em uma conversão, logo era recuperado com a loucura da alta do bitcoin horas depois. Demorei um pouco a compreender como aquilo funcionava. Na verdade nem arranho a superfície do conhecimento necessário para poder ganhar dinheiro com o mercado de criptomoedas, mas posso dizer que dá para ganhar bem mais que o que rende uma poupança ou aqueles rendimentos genéricos que toda Fintech atualmente promove.
Como não tenho conhecimento real algum sobre bolsas de valores, acaba que eu tenho que ficar de olho na variação das moedas para conseguir algum lucro em uma negociação bem sucedida. Já quem tem experiência não precisa se tornar escravo de gráficos para conseguir um pouquinho de satoshis por dia.
Só sei dizer que não precisei dominar o conceito de blockchain pra conseguir tomar umas Stellas Artois com o lucro das besteiras que sem querer acabam dando certo. Besteira mesmo foi não ter insistido com bitcoin desde 2014.