Dá ultima vez que postei algo aqui, pra hoje, minha vida mudou bastante. Saí do estado de Casado para Divorciado. Oito anos se passaram por debaixo dessa ponte. É dicotômico querer que o tal divórcio não tenha grande importância e outrora querer que seja sim um grande marco. Conversando nesses botecos da vida cheguei à conclusão que a formalização da separação só não é maior que a geração de filhos – coisa que não tive, logo tal formalidade é de fato importante. Que tal efeméride tenha sua devida importância, então.
Passei a viver só, mesmo que muito próximo aos meus pais. Convivi durante alguns meses com minhas palavras sendo repetidas pelo eco que a casa, que outrora era abarrotada de coisas úteis e inúteis, agora produzia insistentemente pelo vazio da subtração. A casa me fazia ouvir repetidas vezes meus pensamentos confusos, erráticos e isso era um martírio.
Do pouco que ficou foi a TV e bem rápido ela virou companheira. Ela ficava lá, ligada, em cima de dois banquinhos plásticos quebrados, sobrepostos, para dar mais sustentação. Quando saía de casa pro trabalho procurava ouvir podcasts, pois precisava de gente falando o tempo todo para não enlouquecer pensando nos anos divididos com quem não queria mais ouvir falar. Quando não era de casa pro trabalho e vice-versa, tentava deturpar os pensamentos com álcool. Aprendi a beber cerveja, antes era só vodca com coca-cola.
Saí pra ver como estava a cidade. Saí pra rever gente, pois tenho minhas ressalvas a conhecer novas pessoas. Fui aos shows que não ia mais. Conversei com quem não conversava mais e cheguei à conclusão que deixei de falar com boa parte das pessoas não por imposição de alguma regra estranha do casamento, mas por incompatibilidade mesmo.
Estava tudo um barato! Não tinha tempo para pensar em nada a não ser nas notificações do famigerado whatsapp e aguardar instruções de localização para a próxima bebedeira.
De alguma forma o ápice das bebedeiras me ajudava a pensar no rumo, ou na ausência de, que minha vida estava caminhando. Clichê né? E sempre chegava a conclusão que aquilo ali não era eu e que nem estava tão bom assim.
Pra não ficar meloso, melodramático demais, vou resumir isso aqui.
Depois de quase dez meses dessa rotina, reencontrei uma moça que conheci há uns 12 anos, até então, que não se importou em se expor numa conversa de mesa de bar. Da mesma forma me expus bastante. Tive que pedir um beijo pra selar tal cumplicidade e desde então estamos juntos.
Pelo final do texto deu pra notar que perdi completamente o tino para blog. Nem vou me comprometer a melhorar, só vou levando. Não prometo um final melhor para os textos, quero só fazer tudo diferente do que vivi nesse período de ausência. Nisso sei que posso ser melhor.
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Algumas observações:
- Todas fotos são de minha autoria.
- Ainda não consegui fazer uma diagramação mais exata com esse template. Devagar chego lá.